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Serviço durou dois dias, usou 46 litros de tinta e foi feito sob pacto: estar sóbrio

Um dos lugares mais degradados de Brasília passou por transformação cheia de cores. Dentro da atividade Cidade Orgulho, do festival LGBT Brasília Orgulho, o Buraco do Rato, no Setor Comercial Sul, ganhou pintura arco-íris em escadas e parede feitas por moradores de rua homossexuais, bissexuais, pessoas trans e homens héteros.

O local é refúgio de moradores de rua no coração da cidade e fica próximo a conhecido ponto de vendas de drogas e a área de prostituição principalmente de mulheres trans.

Para a maioria da sociedade, um lugar para ser evitado. Dentro de proposta de dar nova vida a áreas esquecidas da capital federal, o Cidade Orgulho foi em sentido contrário.

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A atividade, realizada desde 2021, colore com o arco-íris LGBT prédios e espaços públicos durante o festival, que, neste ano, é realizado de 13 a 28 de julho.

Nas edições anteriores, os destaques foram os monumentos e espaços de poder político de Brasília. Para 2024, como diz o produtor do Cidade Orgulho, Igor Albuquerque, coloriu-se onde se precisava cores.

“Busquei focar um microcosmo completamente negligenciado e com certeza mais marginalizado de Brasília. Onde havia pichação e abandono, agora, por meio de participação que vem vive na área, é cheio de cores.

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Produtor do Cidade Orgulho, Igor Albuquerque

“Na sexta 12 de julho, foi realizada palestra com homens héteros que vivem na região sobre a necessidade de respeitar colegas LGBT e com convite para participar da ação.

A conversa foi liderada por Juma, que vive na região do Buraco do Rato desde os 10 anos de idade e integra o coletivo Tulipas do Cerrado, que faz redução de danos junto a pessoas viciadas em drogas.

O dia seguinte foi momento de começar a transformação. O Cidade Orgulho convidou a artista plástica Didi Colado, que é lésbica, para comandar a ação e ensinar técnica de pintura para os participantes. Foram utilizados 46 litros de tinta.

A pintura, finalizada no domingo, foi realizada sob condição pactuada: exigência de que todas as pessoas estivessem sóbrias.

Como resultado, o lugar onde elas vivem ganhou cores, LGBT que vivem na rua tiveram seu protagonismo e Brasília ganhou novo espaço de visibilidade da causa pelo respeito a homo, bissexuais e pessoas trans.

A iniciativa contou com apoio da ONG No Setor e parceria da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Além do Buraco do Rato, o Cidade Orgulho levou cores para a estação Central do metrô, o Cine Brasília e a Rodoviária do Plano Piloto.

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